Governo do Rio estima 119 mortes; moradores retiram corpos da mata

Secretário de Polícia Civil defende ação legítima do Estado.

POLICIAL

10/29/20253 min read

Operação Contenção deixa 119 mortos e mais de 100 presos no Rio de Janeiro

Na última terça-feira (28), as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro realizaram a Operação Contenção, que terminou com 119 mortos, sendo 115 civis e quatro policiais. A atualização dos números foi feita nesta quarta-feira (29) pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, durante uma coletiva de imprensa.

Segundo as autoridades de segurança, o número de vítimas pode aumentar, já que novas informações ainda estão sendo apuradas. As forças policiais afirmam que as mortes ocorreram em confronto, pois os suspeitos reagiram à ação com violência, enquanto aqueles que se renderam foram presos. Ao todo, 113 pessoas foram detidas, das quais 33 vieram de outros estados para atuar no Rio de Janeiro. Também foram apreendidos dez adolescentes, que foram encaminhados para unidades socioeducativas.

Questionado sobre o resultado da operação, o secretário Felipe Curi declarou:

“A polícia não entra atirando, entra recebendo tiro. A operação estava planejada. O resultado quem escolheu não foi a polícia, foram eles.”

Para ele, a operação não foi uma chacina, termo que foi usado por movimentos sociais e defensores dos direitos humanos para classificar a ação, que foi a mais letal da história do estado.

“Chacina é a morte ilegal. O que fizemos ontem foi ação legítima do estado para cumprimento de mandados de apreensão e prisão”, afirmou.

Operação Contenção teve como foco o Comando Vermelho e o cumprimento de mandados judiciais

A Operação Contenção teve como principal objetivo frear o avanço do Comando Vermelho e executar 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, dos quais 30 foram emitidos pelo estado do Pará, que colaborou com as forças de segurança do Rio de Janeiro.

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, a ação representou um duro golpe na facção criminosa.

“A operação de ontem foi o maior baque que o Comando Vermelho levou, com perdas expressivas de armas, drogas e também de lideranças”, declarou Curi.

Durante a operação, as forças policiais apreenderam 118 armas, sendo 91 fuzis. A contagem das drogas apreendidas ainda está em andamento, mas as autoridades estimam que o volume chegue a toneladas. O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, afirmou que, oficialmente, a operação deixou apenas oito vítimas:

“As vítimas dessa operação são quatro inocentes feridos sem gravidade e quatro policiais que infelizmente perderam a vida”, destacou.

Secretário afirma que mortos na operação resistiram à prisão e que ação seguiu protocolos

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, as pessoas que morreram durante a Operação Contenção eram integrantes de facções criminosas que preferiram enfrentar a polícia em vez de se render.

“A alta letalidade registrada era algo previsível, embora não fosse o resultado desejado”, afirmou Curi.

Durante a coletiva de imprensa, foram apresentadas imagens da ação policial. As autoridades destacaram que a operação foi cuidadosamente planejada e realizada dentro da legalidade, com o uso de câmeras corporais pelos agentes. O confronto, segundo explicaram, foi deslocado para uma região de mata, onde ocorreu a maior parte das mortes, para evitar riscos à população. Em relação às câmeras, as forças de segurança informaram que alguns equipamentos podem ter descarregado devido ao longo período de duração da operação, o que pode ter feito com que parte das ações não fosse registrada.

Na madrugada e na manhã desta quarta-feira, a própria comunidade e familiares reuniram corpos retirados da mata em uma praça no Complexo da Penha.

Perguntado por que esses corpos não foram retirados pela própria polícia ou por que não foi prestado socorro a essas pessoas, o secretário de Segurança Pública afirmou que as polícias não sabiam desses corpos.

“Todos aqueles que foram retirados na madrugada ou manhã eram criminosos que sequer a polícia tinha conhecimento deles”, disse. “Muitos são baleados e entram na mata procurando ajuda”.

Sobre a possibilidade de aumento no número de mortos, Victor dos Santos disse que ainda é possível que haja mais vítimas. “Não foi consolidado ainda, pode ser que tenha aumento”, disse.